Centro de Arte Corpo

Nova Lima, MG , 2001/2002

CENTRO DE ARTE CORPO Nova Lima, MG - 2001/2002 Concurso Nacional - 2º Lugar Arquitetura: Alexandre Mirandez, César Shundi, Marcelo Pontes Carvalho, Pablo Hereñú, Paula Duarte Cardoso e Ricardo Bellio Estrutura: Eng. Heloísa Martins Maringoni Paisagismo: Arq. Sakae Ishii Acústica: José Augusto Nepomuceno Arquitetura Cênica: Arq. Gustavo Lanfranchi Climatização: Eng. Jorge A. Kayano Instalações Hidráulicas: Eng.Ulisses Tavano Instalações Elétricas: Eng.Wang Mou Suong Consultor de Painéis de Fechamento pré-fabricados: Eng.Ibsen Puleo Colaboradores: Clóvis Cunha, Eduardo Ferroni, Henrique Bustamante, Leonardo Sette, Marcio Wanderley, Maria Julia Herklotz, Murilo Gabarra, Roberto Correia e Vagner Soaias Junior Fotos da maquete: Gal Oppido


O lugar escolhido para a implantação do Centro de Arte Corpo determina que este seja entendido não só como um centro de cultura, mas também como o marco inicial de construção de uma urbanidade desejável, uma idéia de cidade. Buscou-se um partido capaz de solucionar um programa complexo, mas sem deixar de insinuar relações interessantes com a cidade que virá. Os dois setores determinados pelo programa de necessidades, um de uso público e outro para a sede do Grupo Corpo Companhia de Dança, foram dispostos de modo a formar um conjunto coeso, como duas partes (de caráter diferenciado) que se complementam e só assim se justificam, à semelhança da construção típica de um teatro, onde público e artistas se encontram no limite exato entre a construção da platéia e do palco. Em um extremo da quadra, junto à avenida de acesso, um pátio a céu aberto, seco, local de encontro das grandes concentrações de público, articula a galeria de arte, lojas, restaurante e cinemas culminando no volume da platéia do teatro. No outro extremo, um pátio densamente arborizado que organiza as funções da sede da Companhia de Dança em cada uma de suas faces. O setor de estar (de uso coletivo) junto à praça de acesso, o setor administrativo ao lado e a fachada envidraçada dos estúdios de ensaio definindo o pátio, articulando o setor esportivo e de fisioterapia em sua cobertura e depósitos e áreas técnicas ao fundo (em contato direto com as dependências técnicas do teatro). Ao concentrar os itens fechados do programa em um núcleo técnico central, todo o perímetro da quadra fica desimpedido, acolhendo de forma igual quem chega a pé, de automóvel ou ônibus. Sem criar frentes nem fundos, o conjunto é igualmente acessível por todos os lados, por meio de um passeio abrigado no térreo conformado por duas construções suspensas com 204 metros de comprimento. Esses dois elementos garantem a unidade de todo o conjunto e configuram o recinto no qual se desenvolvem os grandes programas, abrigando as atividades de apoio referentes a cada função (ora ao teatro, ora à galeria ou a todo setor administrativo) e uma rua elevada que interliga os diversos volumes, um espaço que permite percorrer todo o conjunto internamente a um edifício e que possibilita encontros imprevistos entre todos os usuários do Centro.