Bairro Novo

São Paulo, SP, 2004

BAIRRO NOVO São Paulo, SP - 2004 Concurso Nacional Arquitetura: Anna Helena Villela, Eduardo Ferroni, Fernanda Neiva, Pablo Hereñú, Paula Cardoso, Silvio Oksman. Colaboradores: Silio Borges Giovanna Avancini, Ana Lucia, Viviane. Consultora: Regina M. P. Meyer.


A área foco do concurso encontra-se hoje cindida em quatro setores delimitados por barreiras físicas nítidas. Para conferir unidade ao bairro novo é necessário articular esses setores entre si.

Para integrá-lo a cidade é preciso conectá-lo às infra-estruturas existentes e previstas, bem como à malha urbana do entorno. Para dar-lhe caráter, definir qual será seu papel na cidade.

Uma nova topografia é proposta através da construção de vias elevadas sobre aterros obtidos com o rearranjo dos aterrados existentes nos terrenos atuais. A nova malha viária terá um papel primordialmente arquitetônico. É o ponto de partida da configuração espacial do bairro. No plano horizontal ela configura uma retícula que se comunica com as vias existentes e cria um padrão de quadras. No plano vertical estabelece dois térreos: um de caráter local, no nível 727, e outro de caráter metropolitano, nos níveis atuais junto às avenidas Marquês de São Vicente (722), Marginal Tiete (722), Pompéia (723) e da ferrovia (725/726).

O térreo local se sobrepõe ao metropolitano, permitindo a transposição desses eixos pelas conexões locais entre os setores e entre os bairros. A quadra passa a ser a unidade urbana e a matriz fundiária do bairro e sua unidade indivisível.

Um eixo transversal ao rio e à ferrovia constitui o coração do bairro novo. Através do alinhamento das áreas livres públicas se configura um sistema que intercala equipamentos de lazer, esportivos e espaços verdes. Este recinto urbano agrega os principais eventos da vida cotidiana ao concentrar à sua volta os lotes institucionais e atividades de comércio e serviços de caráter local. De suas extremidades partem as transposições que amarram o bairro novo aos bairros vizinhos. Na extremidade Norte uma travessia sobre o Rio Tiete (de caráter local, com ciclovia e calçadas largas, autônoma em relação ao sistema expresso das marginais) busca o bairro do Limão. No extremo Sul outra ponte cruza a via férrea conectando-se ao bairro da Pompéia.

Este espaço ganha uma dimensão simbólica ao aproximar o rio da ferrovia. Ele estabelece uma conexão visual entre a Pompéia e o Limão e se afirma como principal evento urbano do bairro novo.