Museu da Cidade

São Paulo SP, 1999

ARQUITETURA: Apoena Amaral, Beatriz Tone, Cristiane Cortilio, Eduardo Ferroni, Guilherme Petrella, Moracy Almeida e Pablo Hereñú PREMIAÇÃO: Concurso Internacional de Escolas de Arquitetura da 4ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo - Menção Honrosa


“O mesmo acidentado da topografia determinou também este outro traço característico e já referido, que são os viadutos; (…) o modelado do terreno o impõe. A cidade acabará com um verdadeiro sistema completo de vias públicas suspensas que lhe emprestará um caráter talvez único no mundo. Com os viadutos virão os túneis (…) e será este mais um traço original de São Paulo que, com o outro, fará dela uma cidade dividida em dois planos sobrepostos, cidade de dois pavimentos.” PRADO Jr., Caio – Evolução política do Brasil e outros estudos. O projeto propõe que o fator histórico, justificadamente necessário para um centro de pesquisa e discussão sobre a cidade, se faça presente não só como fonte de informação, mas que se revele no significado de sua implantação e de sua espacialidade. Ao longo do tempo a construção da cidade modificou e mascarou as condições geográficas naturais do sítio original de São Paulo. A implantação do museu se funda na idéia de sugerir um percurso que, ao integrar-se de forma inusitada à cidade – seu próprio objeto de estudo -, revele sua geografia, proporcione uma nova leitura da construção de sua espacialidade, de seu constante processo de transformação, tornando possível uma nova experiência urbana. As várzeas do Anhangabaú (cota 738,00) e do Tamanduateí (cota 727,00) foram os pontos escolhidos como extremos de uma galeria subterrânea de pedestres, com 630 m de comprimento, que aflora e se integra com a malha urbana através de 3 conexões: o teatro na rua Direita, a biblioteca na rua XV de Novembro e o acesso ao mirante no Pátio do Colégio. A Galeria subterrânea é uma extensão da já existente Galeria Prestes Maia desenvolvendo-se sob a Rua Direita, seguindo sob a Rua do Tesouro e Pátio do Colégio, desembocando na base do talude em frente à Praça Fernando Costa (onde se encontrava o antigo Mercado-Caipira). Superando a função de passagem, torna-se um eixo de permanência ao propiciar espaços para exposições permanentes e temporárias que discutam a cidade.